7 Fatos que você não conhece sobre o autismo
Neste conteúdo você vai saber sobre
1 – Quais são os primeiros sinais do autismo numa criança?
Segundo o DSM-V, o transtorno do espectro autista é definido pela presença de déficits em três domínios: interação social recíproca, comunicação e linguagem e comportamentos repetitivos, limitados ou estereotipados com início antes dos 3 anos de idade.
Os primeiros sinais do autismo podem ser identificados já nos primeiros meses de vida, como a dificuldade do bebê em sustentar o olhar do outro e na interação social recíproca, dentre outros. É importantíssima a identificação precoce do autismo pois os estudos científicos já comprovam o melhor prognóstico da intervenção precoce.
2 – Autismo pode ser hereditário?
Existem indícios de fatores hereditários incidirem na ocorrência do autismo, mas há muitas controvérsias com relação as causas do autismo.
Porém, é inquestionável entre os especialistas, a complexidade do quadro , a multiplicidade de fatores que mostram-se concomitantemente presentes na ocorrência do autismo, de ordem psíquica, ambiental, biológica e possivelmente genética e a necessidade de intervenções múltiplas no tratamento.
3 – Com que frequência no Brasil e no mundo são diagnosticados casos de autismo?
A incidência de casos de autismo vem crescendo ao longo dos anos, não sabe-se ao certo o porquê mas tanto a maior conscientização e possibilidades de diagnóstico como a ampliação do espectro autista vem impactando com altos números encontrados.
O último relatório do CDC (Centro de controle de doenças e prevenção, publicado em dezembro de 2021, aponta que nos Estados Unidos, uma em cada 44 crianças com 8 anos de idade está dentro do espectro.
O estudo anterior indicava 1 para 54.E No Brasil os estudos epidemiológicos são mais recentes e apontam para uma prevalência de 0,3%, dos 12 milhões de habitantes na cidade de São Paulo e 40000 casos de autismo.
4 – Que médico é preciso procurar na dúvida dos primeiros sinais?
O pediatra é o médico que está na atenção primária aos bebês e crianças, e deveriam ser estes os primeiros a identificarem os sinais do autismo e realizar o encaminhamento para psicólogos, psiquiatras e neurologistas.
Porém, pelo grande volume de trabalho, a necessidade de realizar consultas mais rápidas para atender a demanda e muitas vezes a falta de conhecimento sobre o assunto, estes sintomas acabam passando despercebidos.
O ideal é que as crianças consideradas de risco ao nascer (prematuras, com internações precoces, nascidas com baixo peso, nascidos com síndromes ou com problemas no parto), adolescentes, bebês adotivos ou qualquer outra criança que inspire preocupação nos pais passem por uma consulta e façam acompanhamento com uma equipe interdisciplinar (com psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, por exemplo) que possam identificar estes sintomas o mais cedo possível e encaminhar para as intervenções adequadas.
Não há remédios para o autismo, mas a intervenção precoce permite comprovadamente avanços nas três áreas afetadas: linguagem e comunicação, interação social recíproca e comportamentos estereotipados.
5 – Como é o processo de diagnóstico? Quais exames são feitos e por que?
O diagnóstico é essencialmente clínico, e comumente norteia-se pelos critérios estabelecidos por DSM-V (manual de Diagnostico da Sociedade Norte-americana de psiquiatria) e pelo CID-11 (classificação Internacional de Doenças da OMS), não havendo exames laboratoriais que detectem a presença do espectro autista.
Porém, existem instrumentos padronizados que facilitam a identificação de sinais de risco para autismo, como questionários, roteiros de observação do desenvolvimento infantil e indicadores de risco psíquico que oferecem a médicos e psicólogos a possibilidade de identificar precocemente sinais de risco desde o primeiro mês de vida, o que é importantíssimo pois a intervenção precoce é fundamental para um melhor prognóstico e para atuação na linha da prevenção primária e secundária.
6 – A partir que idade é preciso ter mais atenção aos primeiros sinais?
Deve-se estar atento ao desenvolvimento do bebê desde o seu nascimento, sem fazer disso um peso. Afinal, é natural que os pais, em especial a mãe nos primeiros meses de vida, sintam quando algo não vai bem com bebê, ou que ele não responde como deveria, não a olha, não interage.
Mais uma vez reforço, quanto mais cedo forem detectados os sinais de risco do autismo, mais precocemente inicia-se a intervenção e melhor o prognóstico da criança.
7 – Casos de autismo sobem para 1 a cada 44 crianças
No fim dos anos 1980, uma a cada 500 crianças era diagnosticada com autismo. Hoje e segundo o mais recente relatório da CDC a taxa é 1 a cada 44 crianças.
O significativo aumento chama atenção da ONU (Organização das Nações Unidas), que classificou o distúrbio como uma questão de saúde pública mundial. Mas, afinal, o que fez com que aumentasse tanto o número de crianças diagnosticadas? Mais informações você pode acessar aqui
Viviane Montagnini
Analista do Comportamento
Clia Psicologia
www.cliapsicologia.com.br