Cotidiano

Fome noturna

Apesar de pouco comentada, estima-se que de 0,5% a 1,5% da população mundial apresente seus sintomas!

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  A Síndrome do Comer Noturno (SCN) é caracterizada pela ingestão de alimentos predominantemente à noite, acompanhada de insônia e falta de fome durante o dia. É comum entre os pacientes acordar no meio da noite para se alimentar, consciente ou inconscientemente. Entretanto, alguém que ingere a maior parte das calorias diárias antes de deitar, e não acorda durante a noite, também pode ter o transtorno.
Esse comportamento acarreta em alterações nas secreções endócrinas, como a melatonina (neuro-hormônio que regula o sono), contribuindo para manter a insônia e o humor deprimido. Além disso, “os níveis de leptina, uma proteína que suprime o apetite, ficam mais baixos, o que faz com que ela não contenha os impulsos de fome e resulta na interrupção do sono”, comenta Dra Carolina Mantelli, endocrinologista da Clínica Mantelli.
O transtorno é associado à obesidade, diabetes tipo II e à pobre qualidade de vida. Pessoas com doenças psiquiátricas, como a depressão, que usam antipsicóticos ou são adeptas de dietas muito restritivas, também podem desenvolver SCN. Contudo, não há nada descrito sobre tendência genética no aparecimento dos sintomas.
 
Tratamento
Não existe um tratamento específico no caso de SCN. Entretanto, alternativas multidisciplinares combinando um plano alimentar com terapia cognitivo comportamental – e em alguns casos medicação para diminuir a compulsão e tratar a insônia – podem dar bons resultados. Assim como planejar as refeições para que o paciente consuma uma dieta adequada e monitorando o seu balanço energético.
 
Para se prevenir
Comer adequadamente durante as refeições diurnas, fazer atividades físicas regularmente e ter hábitos saudáveis são costumes fundamentais. Mas ainda é necessário tomar cuidado na hora de fazer dietas, principalmente as restritivas. Procure um endocrinologista para fazer o acompanhamento da alimentação e do emagrecimento de forma correta e sem riscos.
 
HISTÓRICO
O primeiro caso de Síndrome do Comer Noturno foi descrito em 1955 pelo psiquiatra americano Albert Stunkard, um dos maiores estudiosos em distúrbios dessa área. Porém, a síndrome ainda não é reconhecida como um tipo de transtorno alimentar.
 

Isso é sinal de ansiedade, doença ou gula mesmo? Atacar a geladeira à noite é sinal de ansiedade. É o medo da noite, é a compulsão, muitas pessoas o fazem praticamente dormindo, são os comedores noturnos. Dormindo também atenuam a culpa de terem comido em demasia. E as pessoas que moram sozinhas ou costumam esperar o marido/ a mulher chegar à casa são mais suscetíveis às tentações. O fato de que pessoas que moram sozinhas ou que esperam outra chegar em casa por se sentirem sós sejam mais afetadas, reforça o que já dissemos anteriormente.
O medo da noite, e a ansiedade de aguardar o cônjuge ou a solidão suscetibilizam muita gente. Não existe seleção para o ataque, qualquer coisa é atacada à noite, do feijão e arroz gelados até o pudim da sobremesa das crianças, daí que, colocar uns potinhos de gelatina dietética minimiza o problema, enquanto se espera superar a principal questão que é levantar à noite para comer. Comer demais compromete a saúde a qualquer hora do dia, e principalmente na hora em que o metabolismo está lento, não há controle da ingesta, o alimento é engolido sem ser mastigado e a pessoa volta a deitar logo a seguir.
Engorda, digere-se mal e desenvolve-se hérnia de hiato. Como vencer a compulsão noturna? Como a pessoa pode se distrair em vez de comer? Costumo estimular os clientes que vem a mim com este hábito, de trancar e esconder a chave da cozinha. A coisa acontece de modo subliminar. Se a pessoa precisa parar, acordar, concatenar as ideias, muitas vezes desiste do assalto. Vários clientes já me confessaram que o despertar por completo reduziu bastante o desejo de comer. A ansiedade decorrente de um dia estressante ou de horas no trânsito até chegar em casa pode provocar um ataque de gulodice? A ansiedade por qualquer que seja o mecanismo predispõe e precipita o fato. Geralmente a situação não é tão simples de ser equacionada, como um dia estressante ou um trânsito agressivo. Existe muito mais por trás da situação e estas gotinhas d’água fazem precipitar ou perpetuar os ataques de gulodice. Um café da manhã e um almoço bem nutritivo são uma espécie de solução? É claro, sempre que se fazem refeições nutritivas durante o dia não existe mais a desculpa para “atacar a geladeira à noite”.
Um hábito importante que preconizo há mais de trinta anos para meus pacientes é a mastigação cuidadosa e investir em tempo e qualidade de suas refeições.
A síndrome do comer noturno é considerada um transtorno alimentar, portanto, uma doença que podemos dizer que é um misto de transtorno do sono e do humor. A síndrome implica em alterações da neuroquímica cerebral e no equilíbrio dos ciclos dos hormônios: melatonina (que regula o sono), cortisol (hormônio relacionado a stress crônico) leptina (hormônio do tecido adiposo) entre outros.
 
A síndrome do comer noturno afeta 1,5 % das pessoas, sendo que 10% estão com sobrepeso e 27% são obesos mórbidos. Clinicamente, os pacientes tipicamente comem mais do que 50% das calorias totais diária entre 20h e 6 horas. Geralmente ingerem alimentos ricos em carboidratos e gordura, praticamente sem mastigar. Ás vezes ocorre uma espécie de “sonambulismo” e não lembram que comeram. Podem pegar no sono e acordar um ou mais vezes durante a noite, só conseguindo voltar a dormir se comer.
 
Muitos referem perda de controle (“ficam cegos”) e depois sentem culpa. Como a ingestão alimentar é muito grande a noite, pela manhã é fácil controlar o apetite e seguir a dieta pobre em calorias, que pode gerar fraqueza, mudança de humor e ansiedade ao longo do dia.
 
Entre os sintomas mais comuns estão: insônia, fome noturna, fraqueza, labilidade emocional, baixa autoestima, ansiedade, depressão.
Infelizmente não há um tratamento especifico. O tratamento deve ser multidisciplinar com psiquiatras, endocrinologistas, nutricionistas e psicólogos e há medicamentos, como os antidepressivos, que podem ajudar muito.
 
Algumas dicas são:

  1. Comer adequadamente as refeições diurnas, para não “juntar fome com vontade de comer”
  2. Atividade física, que pode ajudar a regular os níveis de endorfina.
  3. Os familiares não devem culpar ou julgar o paciente, mas sim ajudar na conscientização do problema.
  4. Optar por ter à mão, opção leves, como palitos de cenoura ou salsão ou gelatina diet, para o “ataque noturno”
  5. Exercícios respiratórios (assim como a pratica de meditação e yoga) podem ajudar no controle do cortisol.
  6. Procurar psicoterapia
  7. Atividades manuais ou massagens podem ajudar no relaxamento e controle da insônia
    Muitas pessoas já fizeram ou fazem uma “boquinha” noturna. Esse mau hábito pode ser, na verdade, sintoma de um transtorno pouco conhecido: a Síndrome do Comer Noturno (SCN). A síndrome está associada a fatores culturais e predisposições físicas, podendo ser desencadeada pela obesidade, quadros de depressão e estresse. 
    A Síndrome do Comer Noturno (SCN) é um transtorno alimentar que tem suas origens em outros quadros clínicos. Diferentemente de outros transtornos, como a Anorexia Nervosa e a Bulimia, estas consideradas mais graves por especialistas, a SCN não coloca em risco a vida. Tanto que não chega a configurar um diagnóstico, nem preencher manuais médicos sobre distúrbios alimentares.  
     
    Síndrome ou transtorno? 
     
    Uma maneira de diferenciar a síndrome de outros transtornos é colocá-la na condição de sintoma, não de doença. “Na maioria dos casos, os pacientes apresentam quadros depressivos, de angústia, estresse e obesidade”, revela Dra.Carolina.
    Portanto, a visita frequente à geladeira pode ser consequência de uma rotina estressante, cansativa, com reflexos negativos no ritmo circadiano, conhecido por “relógio biológico”. 
    Ele é responsável por acionar o sono, o despertar, a fome e demais sensações no organismo. “O portador da Síndrome do Comer Noturno”altera a secreção de Cortisol no corpo, o hormônio do estresse. 
    Além disso, há uma diminuição da melatonina, que está diretamente associada ao ritmo circadiano, o que desregula todos os horários daquela pessoa.
     
    Diferenças entre os transtornos alimentares
    É importante diferenciar a SCN dos transtornos mais conhecidos. Nos casos da Anorexia Nervosa, Bulimia e o Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica, existem comportamentos que colocam a vida da pessoa em risco. 
    Nestas situações, o indivíduo come sem controle, mas recorre depois a métodos laxativos, como a indução ao vômito. Na linguagem médica, tal comportamento é conhecido como binger eaten, uma espécie de orgia alimentar.
    Na Anorexia a pessoa se vê de forma distorcida: mesmo extremamente magra, ao se olhar no espelho, ela vê uma pessoa gorda e cheia de defeitos. Assim, simplesmente para de comer. Com o passar do tempo seu corpo não tem capacidade de digerir a comida e pode chegar até ao quadro de morte por inanição.  
    Já na Bulimia, a pessoa sofre de uma compulsão que não consegue controlar. Come demasiadamente e depois sente um arrependimento tão grande que induz o vômito logo em seguida.  
    A SCN se assemelha à Anorexia, porém apresenta uma diferença crucial: a pessoa praticamente não se alimenta durante o dia e compensa comendo exageradamente à noite. E, diferentemente do que ocorre na Bulimia, não sente culpa. A pessoa que sofre de SCN come por fome e não por compulsão. Como passou o dia todo sem comer, o organismo precisa se alimentar. Então não percebe que está fazendo algo errado. 
     
    Vida profissional em perigo 
    Quem sofre deste mal não padece apenas com a comilança noturna. Durante o dia, os reflexos no corpo são perceptíveis. No ambiente profissional, a pessoa que não dormiu bem tem seu rendimento ameaçado. 
    Se uma pessoa come compulsivamente durante a noite, o nível de ansiedade é alto. Por isso, os indicativos que ela apresentará no dia seguinte, como falta de atenção, sonolência ou agitação, falta de concatenação de ideias e energia, vão influenciar negativamente no trabalho.
    Uma alternativa viável para minimizar os desgastes físicos e mentais para a pessoa que apresenta um quadro de compulsão é passar por um programa terapêutico que envolverá profissionais de diversas áreas: médico endocrinologista, psiquiatra, psicólogo, nutricionista. Ela deverá trabalhar tanto o distúrbio alimentar, quanto o distúrbio do sono.
    A endocrinologista Dra. Carolina, que tem em média 10% de seus pacientes diagnosticados com a SCN, reforça a importância de dormir bem. “Uma das maneiras de se reverter esse quadro é rever todos os hábitos alimentares e principalmente a qualidade do sono, que deve ser recompensador e relaxante, para que o sistema descanse durante a noite e amanheça revigorado”, explica. 
    Ainda de acordo com a endocrinologista, o uso de medicamentos normalmente é a primeira linha de tratamento na visão da maioria dos médicos. Entretanto, “o profissional que tem uma visão plural do transtorno reconhece que o tratamento farmacológico necessita do suporte na alimentação e na reorganização do ritmo circadiano do paciente”, afirma.
    “É importante que sejam determinados horários fixos para dormir, assim como uma alimentação balanceada e uma hora de atividades físicas diárias”, completa a endocrinologista.   
     
    Algumas vitaminas e minerais ajudam a controlar a ansiedade e a elevar a serotonina. Como o triptofano – um aminoácido precursor de serotonina. A taurina e a glutamina – que aumentam a disponibilidade de um neurotransmissor chamado GABA, que o organismo usa para controlar a ansiedade. Além dos chás que contém substâncias sedativas suaves. Os mais conhecidos são a passiflora, a melissa, a camomila e a valeriana, alfazema e erva doce. O maracujá também possui propriedades calmantes, tanto a fruta como suas folhas.
  • Antes de mais nada, uma das principais dicas é manter uma rotina de alimentação, não passar mais de 3hrs sem se alimentar, assim você evita fome intensa e consequentemente, comer de forma compulsiva e descontrolada.
  • Não compre alimentos ricos em gordura e carboidratos refinados, como biscoitos, salgadinhos, etc.
  • Se a ansiedade ou a fome apertar, opte por frutas, legumes e oleaginosas. Que são pobre em calorias e proporcionam sensação de saciedade.
  • Evite café e açúcar, eles só pioram o quadro.
  • No lugar de correr para um prato de lasanha, estrogonofe, macarronada. Você pode comer uma sopa com legumes, carne e batata, assim terá o volume e a temperatura que “saciam” a ansiedade de uma forma menos calórica e mais saudável.
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As melhores escolhas alimentares são:

  • Frutas cítricas: estudos mostram que a vitamina C presente nestas frutas auxiliam na redução do cortisol (hormônio do estresse). Esta vitamina participa ainda, do bom funcionamento do sistema nervoso e proporciona sensação de bem estar.
  • Carboidratos integrais: eles elevam a quantidade de açúcar no sangue e assim proporcionam mais energia, disposição e bem estar.
  • Banana: estra fruta carrega um alto teor de triptofano, o aminoácido responsável pela liberação de serotonina (hormônio que proporciona bem estar).
  • Carnes e peixes: também são fontes de triptofano, além da taurina. Aminoácido que age na disponibilidade do neurotransmissor GABA, responsável por controlar a ansiedade.
  • Chocolate amargo: rico em antioxidantes – flavonoides – que favorecem a produção de serotonina.
  • Espinafre: rico em ácido fólico, um antidepressivo natural que também favorece a produção de serotonina.
  • Nozes, castanhas e abacate também devem ser incluídos na alimentação de quem deseja reduzir a ansiedade.
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Não esqueça que tudo isso deve estar associado a pratica de atividade física, o exercício também libera serotonina propiciando bem estar e diminuindo a compulsão por comida.

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Outras dicas que podem ajudar:

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  • Alimente-se corretamente com fontes de triptofano;
  • Faça um alongamento durante o banho matinal, para facilitar a entrada do ar nos pulmões e assim,proporcionar a oxigenação do sangue;
     
     DRA. CAROLINA MANTELLI é médica, endocrinologista e metabologista e tem a missão de amenizar a dor física e da alma através do auto resgate.
    Criadora do método “Calça Meta”, metodologia criada com o intuito de libertar seus pacientes de amarras de todos os traumas que envolvem o emagrecimento.
  • @dramantelli
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