Vida e Saúde

Na pandemia, bebês são recuperados com doação de leite humano no Materno-Infantil de Barcarena

No Dia Mundial da Doação de Leite Humano, 19 de maio, a maternidade incentiva as doações de leite materno e destaca as principais mudanças e estratégias do Banco de Leite Humano
Fundamental para a sobrevivência, o leite humano aumenta a imunidade e oferece boa qualidade de vida aos bebês. No Hospital Materno-Infantil de Barcarena Dra. Anna Turan (HMIB) as doações de leite humano fazem a diferença na recuperação de recém-nascidos prematuros, de extremo baixo peso ou que sofrem de alguma patologia.
“Minha filha nasceu de 27 semanas e ainda não pude amamentar, pois ela é muito pequena. Eu faço, diariamente, a ordenha no Banco de Leite do hospital e ela recebe meu leite por sonda. Também consigo ajudar outras mães e bebês, pois consigo doar leite”, disse Junaya Costa, moradora de Barcarena.
A pequena Ana Vitória, filha da Junaya, nasceu prematura e está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) há cerca de um mês. A bebê recebe tratamento clínico para vencer a prematuridade. Ana Vitória possui apenas 980g e ainda não consegue tomar leite no copinho ou sugar o seio da mãe.
A doação de leite da Junaya também ajuda mulheres como Carla Correa, mãe da pequena Luiza Valentina, que está há 21 dias no hospital. “Eu não consigo produzir muito leite. Sempre recebo orientações e aprendo técnicas para tentar aumentar minha produção. Quando meu leite não é suficiente, a minha filha recebe do Banco de Leite do hospital”, ressalta a dona de casa.
Para auxiliar as mães que não têm condições de amamentar os filhos ou recém-nascidos prematuros, o Banco de Leite Humano do HMIB desenvolve diversas estratégias para manter o aleitamento materno e doações na unidade, adotando medidas e novos fluxos de segurança devido a pandemia do novo coronavírus.

Principais estratégias do Banco de Leite Humano do HMIB na pandemia

Segundo Danielly Souza, nutricionista clínica e responsável técnica pelo Banco de Leite Humano do Materno-Infantil de Barcarena, unidade do Governo do Pará e gerenciada pela entidade filantrópica Pró-Saúde, o espaço criou novos fluxos e se adaptou para receber as doadoras durante a pandemia.
“Intensificamos os cuidados com a segurança por meio de campanhas educativas, realizamos triagem de doadoras, fortalecemos protocolos de higienização de mãos e das mamas entre as usuárias também com higiene pessoal, criamos fluxos e atualizamos nossa política de amamentação”, explica.
Ainda segundo a profissional, “o uso de Equipamentos de Proteção Individual, que chamamos pela sigla EPI, e máscaras faciais é obrigatório, e as coletas de leite são realizadas com critérios mais rígidos de segurança e ainda com acompanhamento de um profissional”, ressalta.
No caso de pacientes sintomáticas e isolamento, a coleta de leite humano é realizada por um profissional com uso de EPI, após cuidados higiênicos da paciente com utilização de touca, avental, máscara e após a realização de assepsia das mãos e das mamas. A paciente também é acolhida com uma abordagem mais humanizada que minimiza possíveis dores e desconfortos.
“As doações feitas por mães com a Covid-19 também passam por critérios de controle de qualidade. É feita a pasteurização do leite que inibe as atividades de microrganismos patogênicos e testes com análises coliformes totais, acidez e crematócrito para classificar de acordo com a qualidade do leite que nossos bebês precisam”, ressalta Danielly.

Amamentação em tempos de pandemia

A recomendação, segundo nota técnica do Ministério da Saúde, é que a amamentação seja mantida mesmo em caso de infecção pelo novo coronavírus, desde que a mãe deseje amamentar e esteja em condições clínicas adequadas para fazê-lo.
A medida considera os benefícios da amamentação para a saúde da criança e da mulher e a ausência de evidências científicas sobre a transmissão do coronavírus por meio da amamentação.
“Engravidei durante a pandemia e tive meu bebê aqui no HMIB, pois trabalho na unidade como enfermeira e conheço o cuidado da equipe. Busquei orientações sobre a amamentação e doações no Banco de leite quando tive a doença, na época. Hoje, faço semanalmente doações e também ajudo mães diagnosticadas sobre a importância da amamentação”, pontua Eloana Guterrez.

Banco de leite do HMIB

O Banco de Leite Humano (BLH)  do HMIB foi inaugurado em 17 de maio de 2019, semana que é celebrado o Dia Internacional de Doação de Leite Humano, dia 19.  O espaço é único na Região do Baixo Tocantins, e é referência em educação sobre aleitamento materno e promoção de doação de leite humano para mais de 11 municípios.
Durante mais de dois anos de atuação na região, o BLH da unidade já realizou 2.400 atendimentos individuais e 1.174 em grupos para incentivo de doações. Mensalmente, o HMIB precisaria arrecadar 36 litros de leite humano para suprir a necessidade dos bebês incluídos no critério de utilização de leite humano pasteurizado.
Os desafios para arrecadar mais doações envolvem a dificuldade da logística e o receio ao ambiente hospitalar. Para fortalecer a rede de apoio, a unidade cria campanhas educativas, orientações entre profissionais e estuda a possibilidade de voltar a fazer coletas nas unidades básicas de saúde, adotando critérios e medidas de segurança contra o novo coronavírus.

Como se tornar uma doadora

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As mães interessadas em doar devem ter boa produção de leite humano e não tomar medicamentos contraindicados para amamentação. Para fazer o cadastro é necessário ter em mãos os últimos exames realizados no pré-natal e entrar em contato com o Banco de Leite Humano do HMIB, por meio do telefone (91) 3753-3329 ou 3753-3611. O cadastro também pode ser feito presencialmente no hospital, que está localizado na Avenida José Pinheiro Rodrigues, 258, no centro de Barcarena.

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