Vida e Saúde

Operação Amil impacta cerca de 340 mil segurados

Associação, formada por voluntários, abraça a causa e entra com ação judicial requerendo liminar para impedir a transferência da carteira e a garantir o atendimento na rede credenciada em 2021.

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Chamada de Operação Amil, refere-se ao descarte do segmento de Planos de Saúde Pessoa Física (nos estados do PR, RJ e SP), considerado o ativo menos rentável da Amil (empresa da Unitedhealth Group) para a APS, uma pequena empresa do grupo Amil que atende a aproximadamente 11 mil clientes. O mais surpreendente trata-se do planejamento de sucessiva transferência do controle da APS para a Fiord Capital, com participação da Seferin & Coelho, empresas com histórico de investigações.

Cerca de 340 mil segurados-consumidores da Amil foram surpreendidos com um aviso no final de 2021 de que seus os Planos de Saúde seriam transferidos, porém, que a negociação comercial nada mudaria uma vez que a transferência seria efetivada à empresa pertencente ao mesmo grupo econômico (APS). A Amil deixou de informar aos segurados-consumidores que o controle da APS estava em transferência para a Fiord Capital, uma empresa que não é da área de saúde e que mantém sua sede em pequeno escritório de contabilidade.

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Os clientes sofrem os efeitos de descredenciamentos em massa, sem a correspondente reposição da cadeia de prestadores de serviços. As informações recebidas da Amil sobre locais de atendimento passaram a ser confusas e, em alguns casos, são indicados hospitais já descredenciados ou há quilômetros de distância, impactando milhares de pessoas.

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Segundo a advogada Vanusa Murta Agrelli, presidente da Associação Vítimas a Mil, a Amil não poderia negociar os contratos sem a participação ativa dos clientes, porquê contrato de saúde tem proteção especial, pelo fato de causar dependência. “Esse tipo de contrato é conhecido como contrato cativo, ou seja, aquele que demanda continuidade, porque fixa dependência com o fornecedor do serviço”, explica.

No entanto, a Amil, seguradora eleita em confiança por esse grupo de segurados impactados, repassou os contratos, sem a autorização desses clientes, para uma empresa de menor porte, que a princípio demonstra incapacidade para suportar o atendimento a esses beneficiários, colocando em risco a saúde, a vida e a dignidade dessas pessoas.

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Dentro desse contexto, foi criada a Associação Vítimas a Mil, que faz voz perante o Poder Público, com o intento de reconstruir o que está em plena desconstrução. “A Associação responde aos abusos propondo uma medida judicial coletiva, em busca da proteção dos direitos daqueles que vierem a fazer parte”, diz a advogada.

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A primeira ação ajuizada requer liminar para impedir a transferência da carteira para uma empresa que já demonstrou a incapacidade de atender o volume de pessoas descartados pela Amil e obrigar a Amil a garantir o atendimento na rede credenciada em 2021. Segundo o advogado da Associação, Lucas Akel “a questão que se coloca no caso é se os direitos fundamentais à vida e à saúde de 340 mil pessoas podem ser sacrificados para privilegiar os lucros de corporações internacionais que há anos exploram o setor de saúde complementar no país.”

A Presidente da Associação Vítimas a Mil, Vanusa Murta Agrelli, convida aqueles pertencentes a essa carteira de atendimento, nos estados acima citados, a entrarem em contato com a associação para mais informações sobre a Operação e adesão à causa coletiva. O e-mail de contato é: [email protected]

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