História do perfume
Neste conteúdo você vai saber sobre
Quem não adora um bom perfume, não é mesmo? Os perfumes têm o grande poder de aumentar a nossa autoconfiança, fazendo com que nos sintamos mais atraentes. Isso acaba causando uma impressão mais positiva para as pessoas a nosso respeito.
Além disso, os cheiros conseguem trazer memórias e emoções. Se alguém usa o mesmo perfume de uma pessoa querida para você, provavelmente você terá mais simpatia por essa pessoa. É a magia da memória olfativa.
Mas como surgiram os perfumes? Qual a história por trás dessas soluções tão aromáticas e que podem transformar a imagem de qualquer pessoa? No conteúdo de hoje, contaremos para você tudo sobre a história dos perfumes e, é claro, da perfumaria, feito em parceria com o site Cheiro da Elegância.
Portanto, se acomode onde você estiver, pois a nossa viagem no tempo está prestes a começar.
Como e onde surgiu o perfume?
A história de como surgiu o perfume e sua evolução nos leva para diversos lugares. Porém, tudo começou no Egito, em um passado bem remoto. E quando digo remoto, é remoto mesmo, mais ou menos no ano de 3.000 a.C.
Como você deve saber, os antigos egípcios acreditavam em vários deuses e tinham o costume de realizar diversos rituais religiosos. Eles notaram que a queima de algumas ervas, especiarias e madeiras resultava na liberação de aromas diferentes e agradáveis.
Logo, adotaram esse artifício com a crença de que essa fumaça aromática levaria suas orações mais rapidamente aos deuses. Isso deu origem aos incensos, até hoje usados também nas práticas espirituais.
Inclusive, para fins de curiosidade, essa prática do aroma através da fumaça explica a etimologia da palavra perfume. Ela vem do latim, onde per significa “através” e fumum, significa “fumaça”, ou seja, o aroma através da fumaça.
Cleópatra, a eterna rainha do Egito, era uma grande adepta da perfumaria. Ela costumava utilizar esses aromas para perfumar o ambiente onde recebia seus amantes. Isso fez com que nascesse a relação do aroma com a sedução.
Mas, a perfumaria que começou com os egípcios através da fumaça, deu passos maiores com os gregos. Na Grécia, os óleos essenciais começaram a ser extraídos de plantas e eram usados na criação de pomadas. Esses óleos eram extraídos de rosas, lírios, sálvia, tomilho.
Seguindo em frente, a perfumaria chegou até o Império Romano, que era um povo apreciador de banhos. Dizem que as pessoas ricas de Roma costumavam perfumar até as solas dos pés e o casco de seus cavalos.
Como um povo conquistador e cheio de rotas comerciais, os romanos eram influentes e trocavam ideias sobre perfumaria com outras nações. Assim, a perfumaria foi se expandindo, chegando até a Arábia, China e Índia.
Com todo esse percurso de evolução, a perfumaria foi ainda mais longe na época das Cruzadas, na Idade Média. Foi aí que os árabes desenvolveram o processo de destilação, conseguindo separar a água dos óleos essenciais. Isso deu origem ao perfume sólido – que existe até hoje e é uma espécie de pomada aromática, conhecida como atar.
A novidade foi levada para a Europa, chegando primeiramente na Itália, no século XIV. Foi lá que o álcool passou a ser incorporado nas fórmulas de perfumes. Na França, na época do Iluminismo, a rainha Maria Antonieta costumava molhar um lenço em uma água de rosas.
Em seguida, passava o pano pelo corpo para tirar o suor e o mau odor. Assim nasceu a expressão “eau de toilette” que é o termo francês para “água de banho”.
Hoje em dia, na época moderna, existem diversas variedades de perfumes, que vão desde essências naturais até as sintéticas. Além disso, com o tempo, nasceram diversas famílias olfativas, como as florais, as cítricas, as amadeiradas e muitas outras.
Por que inventaram o perfume?
Como mencionamos, inicialmente o perfume foi criado pelos egípcios como forma de levar suas orações aos deuses.
A criação, no entanto, foi aperfeiçoada por outras nações. Talvez você já saiba, mas os povos da antiguidade não tinham o banho como prática comum, como é atualmente. Nesse sentido, os perfumes passaram a ser utilizados para disfarçar o mau odor causado pelo suor, além de status social.
Ademais, muitas nações, como os romanos, também acreditavam nas propriedades curativas dos perfumes. Assim, frascos eram levados para os campos de batalha e ingeridos por soldados feridos.
Como você pode ver, a criação do perfume teve diversos objetivos ao longo do tempo. Observar a história é interessante para entender o produto tal como ele é atualmente, tornando-o ainda mais especial.
Quais foram as primeiras fragrâncias criadas na história do perfume?
As fragrâncias mais antigas da história são as da fumaça, resultante das queimas de ervas, especiarias e madeiras. Eles eram produzidos pelos antigos egípcios e utilizados em rituais religiosos. Nessa época, existem referências ao Kyphi, um perfume egípcio considerado “o suor dos deuses”.
Sua composição é um pouco desconhecida, mas conforme algumas escrituras, identifica-se o uso de mais de dezesseis ingredientes. Entre eles, o vinho, mel, passas, cassis, canela, mirra, aroeira e muitos outros.
Entretanto, a primeira fragrância para uso pessoal foi encomendada na Europa, pela rainha Elizabeth da Hungria. Ele era feito totalmente de ingredientes naturais, contendo alecrim e tomilho em sua composição. Além disso, era feito à base de álcool, tal como os perfumes modernos.
Como a perfumaria se desenvolveu ao longo da história?
A perfumaria passou por diversos períodos de evolução ao longo da história. São diversas épocas marcadas por aperfeiçoamentos e versatilidade das fragrâncias. Vamos conhecer um pouco sobre a evolução da perfumaria em cada época importante da história.
Na Antiguidade, os antigos egípcios eram conhecidos por usar fragrâncias em suas cerimônias religiosas. Já os gregos e romanos usavam fragrâncias em seus banhos e para perfumar seus corpos.
Durante a Idade Média, a perfumaria foi adotada pelos perfumistas na Arábia. Eles desenvolveram técnicas avançadas de destilação e extração de fragrâncias a partir de flores, madeiras e especiarias. Os perfumes árabes tiveram grande influência na Europa medieval. Eles eram usados tanto para fins religiosos quanto para o uso pessoal.
O Renascimento, marco da transição da Idade Média para a Idade Moderna, viu na perfumaria uma forma de expressão pessoal. Os perfumes eram feitos com ingredientes exóticos trazidos de todo o mundo, incluindo o âmbar, a mirra e o sândalo.
No século XVIII, a perfumaria francesa se tornou famosa em toda a Europa. Seus perfumes eram usados pelas classes aristocráticas como um símbolo de riqueza e status social.
Em seguida, no século XIX, a perfumaria passou a se expandir mais rapidamente. Isso foi possível graças ao surgimento de grandes empresas de perfumes, como a Guerlain e a Houbigant. Os ingredientes sintéticos, como a vanilina e a cumarina, permitiram que os perfumistas criassem fragrâncias mais complexas e duradouras.
Nos dias de hoje, a perfumaria é uma indústria bilionária, com grande fluxo de vendas todos os anos. Os perfumes são usados tanto para uso pessoal, quanto para a criação de fragrâncias para produtos de limpeza.
Quais foram os perfumes mais populares em diferentes épocas da história?
Durante o renascimento, especificamente no século XIV, um perfume feito com álcool e ervas ficou famoso na Hungria. Ele foi encomendado pela rainha Elizabeth da Hungria e conhecido como “Água da Rainha da Hungria”.
Em 1792, o perfume Eau de Cologne 4711, foi uma criação alemã conhecida por ser refrescante e calmante para a pele.
O perfume Extra Vieille data de 1727 e foi criado pelo farmacêutico Gian Paolo Feminis. Seu sobrinho, Gian Maria Farina, herdou a receita e a vendeu para a empresa Roger & Gallet. Assim, o perfume passou a ser revendido em 1806.
Em 1882, o Fougère Royale foi um perfume masculino de sucesso devido às suas notas terrosas. O perfume saiu de circulação por muitos anos e, em 2010, voltou com tudo para a indústria.
Entrando no século XX, temos famosos perfumes como Narcisse Noir, inspirado nas flores brancas e criado em 1911. Em seguida, o célebre Chanel N° 5, criado em 1921 por Ernest Beaux, amigo próximo de Coco Chanel.
Em 1925, temos o Shalimar Guerlain, que é considerado a primeira fragrância oriental da história da perfumaria. O perfume inspira-se na história de amor do imperador Shah Jahan. Ele mandou construir o Taj Mahal em homenagem à sua segunda esposa.
No século atual, tivemos o lançamento, em 2001, do perfume Coco Mademoiselle, da Chanel. O perfume é, até hoje, um dos mais vendidos do mundo.
Qual foi a influência do Egito Antigo na perfumaria?
Os antigos egípcios foram os precursores da perfumaria. Foram eles que começaram o processo de difundir aromas nos ambientes, porém, através da fumaça.
Em suas práticas religiosas, eles costumavam queimar ervas, madeiras e diversos tipos de especiarias, criando uma espécie de incenso.
Segundo suas crenças, essa era uma forma de que suas orações chegassem aos deuses com mais rapidez. Com base em suas descobertas, outras nações passaram a aperfeiçoar a perfumaria.
Muitas contribuíram para introduzir diferentes técnicas de criação de fragrâncias. Assim, introduziram a extração de óleos essenciais, destilação e adição do álcool nas formulações.
Como a perfumaria se tornou uma indústria global?
A perfumaria conseguiu tornar-se uma indústria global devido à sua capacidade de adaptação às mudanças culturais e estilo de vida social.
Se no início ela era usada apenas para fins religiosos, com o tempo, passou a ser usada para outros fins.
Com o tempo, a perfumaria encontrou uma nobreza europeia que identificou nos perfumes, uma forma de disfarçar o mau odor. Isso porque o banho não era algo tão sustentável por aquelas bandas.
A partir disso, passaram a ser criadas diversas fórmulas de perfumes com essências naturais e sintéticas. As tecnologias que foram surgindo, deram margem para a criação de fórmulas mais complexas e duráveis.
Hoje, temos uma indústria totalmente globalizada, com diferentes marcas que operam no mundo todo. Com tecnologias cada vez mais avançadas e matérias-primas de alta qualidade, os perfumistas desenvolvem os mais diversos tipos de fragrâncias.
Sempre inovando e se adaptando às necessidades dos consumidores, a perfumaria é uma indústria dinâmica e em constante evolução.
História do perfume no Brasil
Foi durante o reinado de Dom João XVI, no século XIX, que os perfumes chegaram ao Brasil.
O uso do perfume, no Brasil, pelos índios, não anulava a necessidade do banho. Essa prática passou a ser utilizada através do convívio diário entre portugueses e índios, criando a cultura do banho.
Os primeiros perfumes que chegaram por aqui eram um luxo destinado às nobrezas. Seria assim até que houvesse maior desenvolvimento da perfumaria nacional, que começou a acontecer no final do século XIX.
Até meados do século XX, muitas pessoas não tinham acesso a perfumes, portanto, precisavam se contentar com sabonetes perfumados.
Com o florescimento das indústrias de perfumaria brasileira, os perfumes tinham padrão de qualidade semelhante aos internacionais. Porém, eram mais acessíveis à população, o que fez com que a distinção de classe devido ao uso de perfume acabasse de vez.
Criadas por imigrantes, as primeiras empresas de perfumaria no Brasil são a Casa Granado e a Perfumaria Kanitz.
Porém, o hábito de usar perfumes no dia a dia, só passou a ser mais acessível a partir da década de 40. Nessa época, já haviam chegado ao Brasil diversas marcas internacionais de perfumaria, como a Johnson & Johnson, por exemplo.
No final dos anos 50, a Avon Americana introduziu seus perfumes no país. A marca tornou-se um sucesso de vendas com seus frascos de design diferenciado. Nessa época, os perfumes passaram a ter maior alcance, graças às consultoras de vendas da Avon.
No final dos anos 70, temos a fundação do Boticário, marca até hoje conhecida por seus perfumes de alta qualidade. Uma curiosidade é que, seguida da fundação do Boticário, a Chanson, um investimento em perfumaria do apresentador Silvio Santos faliu.
Os 70.000 frascos em forma de ânfora foram deixados na fábrica Wheaton e oferecidos para o dono da Boticário, Miguel Krigsner. Foi com eles que o empresário entrou no segmento de perfumaria. Se você observar, verá que até hoje existem perfumes de O Boticário com frascos neste formato para presentes, por exemplo.
Na virada do milênio, o Brasil tornou-se o maior mercado de perfumaria do mundo. Nessa época tivemos a compra da Avon pela Natura. Além disso, em 2006, Silvio Santos retorna ao segmento, com o lançamento da marca Jequiti, que é um grande sucesso.