Dia do Sexo: ginecologista destaca a importância da data para debater saúde sexual e derrubar tabus
Prevenção de ISTs e gestação indesejada são temas discutidos no dia que aborda a sexualidade humana de forma saudável
Em 6 de setembro é comemorado o Dia do Sexo, uma data que talvez não seja tão conhecida por uma grande parcela da população, mas com certeza é bastante importante, já que ela traz foco a questões relevantes relacionadas à saúde e também à derrubada de tabus sobre o tema. A escolha do dia, como contam alguns registros, tem origem em uma campanha de marketing realizada em 2008 por uma empresa de preservativos. A partir disso, outras instituições passaram a abordar o tema dando foco também a questões fora das quatro paredes.
“O Dia do Sexo é crucial para promover o debate sobre saúde sexual, pois estabelece um espaço dedicado a essa discussão. Um dia dedicado ao sexo torna esse tópico mais natural e acessível. Ele desperta a curiosidade das pessoas sobre sua própria sexualidade, encorajando-as a explorar, aprender e falar abertamente sobre o tema. Normaliza a conversa sobre sexualidade, o que é fundamental para superar tabus e garantir que as pessoas estejam bem-informadas e confiantes em relação à sua saúde sexual”, destaca a ginecologista Clarissa Silveira.
A existência de uma data como essa abre portas para novas descobertas e também para o autoconhecimento. E quando direcionada a atenção devida à sexualidade de modo aberto e respeitoso, o período também cumpre um papel fundamental na divulgação de informações relacionadas às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). De acordo com dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde, cerca de 1 milhão de pessoas contraíram infecções transmissíveis por meio sexual em 2019. O número corresponde a 0,6% da população com 18 anos de idade ou mais.
“As ISTs são uma realidade e podem afetar qualquer pessoa, independentemente da idade, gênero ou orientação sexual. Portanto, é essencial praticar o sexo seguro, usar métodos contraceptivos adequados e realizar testes regularmente. Além disso, é importante destacar que o número de gravidezes indesejadas ainda é alto devido à falta de conhecimento sobre os métodos contraceptivos, tendo em vista que muitas pessoas desconhecem as opções disponíveis ou não receberam educação sexual adequada. O Dia do Sexo também é uma oportunidade para promover informações relacionadas à saúde e ao planejamento familiar, bem como o acesso a serviços de saúde sexual”, explica Silveira.
O debate sobre o tema vem crescendo nos últimos anos, especialmente por causa das redes sociais digitais. As plataformas tornaram-se espaços em que profissionais e instituições conseguem espalhar informações sobre saúde sexual, tornando-as acessíveis a pessoas do mundo inteiro. Além disso, o dinamismo das redes permite que conhecimentos ganhem alcance de maneira rápida e eficiente, elementos fundamentais para que cada vez mais indivíduos aprendam sobre uma sexualidade saudável.
A saúde sexual é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos critérios avaliados para a qualidade de vida do ser humano. De acordo com a agência, saúde sexual é o estado de bem-estar físico, emocional, mental e social relacionado à sexualidade, e, portanto, não refere-se à mera ausência de doenças, enfermidades ou disfunções. De modo geral, a saúde sexual é um tema que exige uma abordagem positiva e respeitosa em relação à sexualidade e aos relacionamentos, de forma livre, sem discriminação ou violências diversas.
“Precisamos encarar a sexualidade como um componente essencial da saúde geral, não apenas como um assunto separado ou tabu. Numerosos estudos científicos ao redor do mundo têm demonstrado o impacto positivo do sexo na saúde física e mental. O ato pode reduzir o estresse, melhorar o humor, fortalecer os sistemas imunológico e cardiovascular e promover relacionamentos saudáveis. Além disso, ele desempenha um papel fundamental na conexão emocional e na intimidade entre parceiros. Incentivar a educação sexual aberta, discutir a importância do consentimento, da prevenção de ISTs e da acessibilidade aos serviços de saúde sexual são aspectos cruciais para garantir que todos possam desfrutar dos benefícios de uma vida saudável e satisfatória”, finaliza Silveira.
Sobre Clarissa Silveira
Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Barbacena (MG), Clarissa Silveira fez Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pela Santa Casa de Belo Horizonte (MG), tem título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), além de Residência Médica em Mastologia pelo Instituto Mário Penna em Belo Horizonte (MG). A médica também é Fellow em Ginecologia Regenerativa Funcional e Estética – Laser Vaginal – no Hospital Estadual da República de San Marino, Ginecologista e Obstetra do corpo clínico da Santa Casa de Belo Horizonte, e tem Especialização em Sexualidade – Programa de estudos em Sexualidade – PROSEX, do Instituto de Psiquiatria do Hospital da Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (São Paulo). Clarissa também tem Especialização em Educação e Saúde Sexual no Instituto de Saúde e Educação, do Hospital Pérola Byington (São Paulo).