Cinco dicas para treinar no inverno
O inverno no Hemisfério Sul começou oficialmente na última segunda-feira, dia 21, mas as temperaturas já começaram a cair há algumas semanas Com isso, a tendência é optar por alimentos mais quentes, roupas de frio e também é quando bate o desânimo de se praticar atividades físicas. Mas, você sabia que essa preguiça de se exercitar durante o outono e o inverno tem uma explicação?
De acordo com o diretor técnico da Bodytech, professor de Educação Física, mestre em Ciência da Motricidade e pós-graduado em Fisiologia do Exercício, Eduardo Netto, as baixas temperaturas fazem com que os músculos do corpo humano se contraiam para reter calor, então há maior dificuldade para se movimentar. “Por isso, temos a impressão de que é necessário muito mais esforço e deixamos de nos exercitar”, detalha.
Apesar da explicação biológica, e da preguiça que realmente existe nesta época do ano, o especialista afirma que manter-se em movimento é essencial, principalmente por nesta época do ano a ingestão de alimentos calóricos ser maior.
Para isso, Netto selecionou algumas dicas para encarar o friozinho e se manter ativo:
Melhor horário
Segundo o especialista, não existe o horário ideal. Contudo, é indicado evitar os períodos com temperatura muito baixa para se exercitar ao ar livre. Contudo, caso este seja o único horário disponível na agenda, a dica é usar agasalhos para evitar problemas como a hipotermia. Quem tiver uma rotina mais flexível, deve optar por horários em que haja maior incidência do sol, pois, os raios solares ajudam a estimular os músculos.
Hidratação
O tempo seco, tão comum neste período do ano, pode prejudicar o aparelho respiratório, especialmente em quem se exercita ao ar livre. A dica de Eduardo Netto para evitar este problema é: hidrate-se com bastante água antes, durante e depois do treino.
Roupas
As roupas aumentam a barreira de isolamento e são as principais responsáveis pelo desempenho e conforto durante as atividades físicas. Mas, como observa o profissional, peças emborrachadas e impermeáveis, como jaquetas de nylon, devem ser evitadas, pois elas não permitem uma boa transpiração e não absorvem o calor. Por consequência, aumentam a temperatura corporal e podem provocar mal estar. Netto também alerta: “Outro fator importante é manter as mãos e os pés quentes. Isso porque o frio provoca o desvio do sangue para os tecidos mais expostos. Com isso, caso as extremidades não estejam protegidas, corremos o risco de não mantermos o centro do corpo e os órgãos internos protegidos”.
Risco de lesões
Existe um mito sobre a maior incidência de lesões durante a prática de exercícios no inverno. Contudo, segundo Netto, não existem evidências científicas que comprovem estatisticamente essa questão. Mas, o fisiologista destaca que para evitar qualquer tipo de problema, dos mais leves aos graves, é importante ter uma preparação prévia para o exercício. “O corpo em repouso leva mais tempo para atingir a temperatura ideal para a atividade física, por isso o aquecimento é muito importante”, enfatiza.
Aquecimento
“Sem dúvida alguma o tempo dedicado ao aquecimento tem que ser maior. O corpo precisa de um processo mais elaborado e de cuidados adicionais para que o exercício seja feito de forma segura e confortável. Como a transição do repouso para o exercício é um processo lento e ainda mais dificultado durante o frio, o aquecimento requer maiores cuidados sob baixas temperaturas”, finaliza Eduardo Netto.