Entenda porque acontece a gagueira infantil
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A gagueira, o transtorno de fluência mais comum, é uma descontinuidade no fluxo de fala caracterizada por repetições (sons, sílabas, palavras, frases), prolongamentos de som, blocos, interjeições e revisões, o que pode afetar a velocidade e o ritmo da fala. Essas disfluências podem ser acompanhadas por tensão física, reações negativas, comportamentos secundários e evitação de sons, palavras ou situações de fala.
A gagueira tipicamente tem suas origens na infância. A maioria das crianças que gaguejam, começam a fazê-lo em torno de 2 anos e meio de idade.
Transtornos de Fluência
Além da gagueira, outros dois transtornos menos conhecidos estão englobados dentro do conceito de fluência: a taquilalia e taquifemia. Ambos estão relacionados a uma taxa de articulação (velocidade de fala) elevada, suficientemente intensa para prejudicar a inteligibilidade da mensagem.
Taquilalia
Trata-se da articulação muito rápida da fala, na qual a pessoa atropela as palavras e pode aproximadamente 95% das crianças que gaguejam começam a fazê-lo antes dos 5 anos de idade, prejudicar a inteligibilidade da mensagem. Porém, a Taquilalia não está ligada a qualquer disfluência ou gagueira e não compromete a integridade do discurso.
Taquifemia
Apresenta os mesmos sintomas da Taquilalia, porém, dois outros sintomas também são obrigatórios para o diagnóstico: pouca consciência do distúrbio e aumento de hesitações e disfluências. Porém, a Taquifemia não deve ser confundida com a gagueira, um distúrbio multifatorial que tem muitas outras características que compõem seu quadro.
Os indivíduos que possuem o transtorno também podem apresentar troca de letra na fala e escrita, dificuldade para encontrar palavras, dificuldades sintáticas, discurso confuso, dificuldade de leitura e escrita, desatenção, hiperatividade, impulsividade, retardo no desenvolvimento de linguagem e no desenvolvimento motor.
Tratamento
O tratamento para transtornos de fluência deve ser altamente individualizado e baseado em uma avaliação completa da fluência da fala, fatores de linguagem, componentes emocionais, atitudinais e impacto na vida.
Um profissional de saúde especializado deverá considerar o grau dos comportamentos disfluentes da criança e como a comunicação geral são influenciados por um transtorno coexistente (por exemplo, outros distúrbios de fala ou linguagem, síndrome de Down, TEA ou TDAH). Determinando, assim, como o tratamento pode ser ajustado assertivamente.
A gagueira não é um distúrbio emocional ou afetivo e sim, um distúrbio neuroquímico que afeta as estruturas pré-motoras da fala. Por isso, é importante procurar um fonoaudiólogo a fim de ver o melhor tratamento disponível.
Um acompanhamento multidisciplinar, com um psicólogo, é extremamente efetivo no tratamento da gagueira no que se refere à dificuldades de autoestima, autoimagem e ansiedade. Além disso, um fonoaudiólogo especializado pode proporcionar ao indivíduo técnicas facilitadoras da fluência e, no caso de crianças, também trabalhar com a família para auxiliar a criança a falar de forma mais suave e fluente.
DEYSE ANDREF
Fonoaudióloga, do Espaço Clínico Ápice – Crfa. 2-6622