Hérnia de disco: o que é, quais os sintomas e como tratar
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A coluna vertebral é responsável por garantir o movimento de todo o corpo. Para isso, existem pequenos discos de cartilagem entre cada vértebra para evitar atrito e pressão excessiva. Ao longo da vida os discos sofrem certo desgaste e começam a ficar desidratados. Em casos anômalos, eles podem romper e sua parte central se desloca, causando o quadro de hérnia de disco.
A hérnia de disco possui diversos graus de lesão. Quando o deslocamento do núcleo pulposo, a parte central do disco, é leve, o ortopedista chama o quadro de protusão discal. Caso seu deslocamento seja maior, ele potencialmente causa mais sintomas diretamente ligados à hérnia.
O problema é bastante comum, atingindo cerca de 5,4 milhões de brasileiros, de acordo com dados do IBGE. Os sintomas geralmente aparecem ao redor dos 37 anos de idade, mas muitos são diagnosticados somente mais tarde, quando a dor torna-se insuportável.
Como surge a hérnia de disco
Os números relacionados à hérnia de disco realmente são impressionantes. Por ser tão comum assim, é importante sabermos o que causa o problema para conseguir evitá-lo. Para conseguir compreender isso, é importante saber mais sobre as funções da coluna.
Ela é o centro de equilíbrio do corpo, ou seja, aguenta todo o peso e movimentos do organismo. Isso significa que pequenos desequilíbrios a afetam muito, como desvios posturais e formas de sentar incorretas durante o trabalho.
Boa postura não previne todos os casos de hérnia de disco, mas diminui bastante o risco de seu aparecimento. Estima-se que conforme a sociedade torna-se mais sedentária, os números continuem a subir.
No entanto, existem também pessoas que desenvolvem a hérnia de forma “natural”. O processo de envelhecimento também deixa a estrutura da coluna fragilizada. O disco intervertebral perde sua hidratação e flexibilidade. Com o tempo, surgem pequenas
Fatores de risco identificados pela ortopedia
Apesar de boa parte das pessoas chegar a desenvolver uma hérnia de disco durante a vida, existem alguns fatores de risco importantes envolvidos na patologia. Pessoas obesas, por exemplo, têm mais chance de desenvolvê-la. O excesso de peso piora processos inflamatórios e ainda gera mais pressão sobre a coluna.
Sedentários também entram nesse grupo de risco. A coluna vertebral possui um conjunto de músculos que, quando tonificados, ajudam a estabilizá-la e reduzem o risco de lesão. No entanto, indivíduos que não praticam atividades físicas rotineiramente perdem o tônus muscular na região. Com tais estruturas enfraquecidas, somente os discos intervertebrais realizam o papel de estabilização.
Outro importante fator de risco é a profissão do paciente. Quanto mais repetitivos forem os movimentos, pior é para a coluna. Movimentos de levantar e agachar, por exemplo, são especialmente perigosos.
Ao mesmo tempo, trabalhadores de escritório que ficam sentados por muito tempo também colocam sua coluna vertebral em risco. Os erros posturais comuns nesse tipo de ocupação favorecem a hérnia de disco.
Principais sintomas da hérnia de disco
Nem todos os pacientes com uma hérnia de disco são sintomáticos. Tudo depende do grau da lesão e do local da coluna afetado. Algumas pessoas podem chegar a conviver por anos com a patologia sentindo ocasionais dores lombares, mas nada que chame muita atenção.
As características dos casos sintomáticos variam de acordo com o local afetado. A coluna é dividida em lombar, torácica e cervical. Cada região protege nervos importantes para todo o corpo, fazendo com que sintomas atinjam não somente a coluna, mas também o local enervado por ela.
Muitos casos começam como uma dor sutil na coluna. O paciente não dá muita atenção, toma um analgésico ou anti-inflamatório e continua sua rotina normalmente. No entanto, o problema se repete e eventualmente fica muito intenso para ignorar. É nesse momento que a pessoa chega a visitar o ortopedista e é diagnosticada com hérnia.
Confira abaixo os principais sintomas de acordo com a região da coluna afetada.
Hérnia de disco lombar
A região lombar é onde inicia o nervo ciático. Conhecido por ser o maior nervo do corpo humano, ele enerva parte da coluna e membros inferiores. Em boa parte dos casos a hérnia comprime o ciático causando um quadro de inflamação.
Quando esse é o caso, o paciente com hérnia de disco sofre de dores na região lombar que referem nos membros inferiores. Quem já teve ciática descreve a dor como insuportável, bastante aguda, ela pode ser sentida nas coxas, pernas e até nos pés.
Algumas vezes a compressão nervosa também causa dormência e cãibras nos membros inferiores. O paciente pode experimentar fraqueza muscular na região afetada, dificultando os movimentos. Somente em casos muito graves ocorre perda de controle esfincteriana.
Hérnia de disco cervical
A hérnia de disco cervical ocorre na região do “pescoço”. Quadros de hérnia nesse local geralmente surgem por causa do desgaste natural da coluna e má postura. Quem utiliza equipamentos eletrônicos está especialmente sujeito ao problema, já que a posição da cabeça olhando para baixo aumenta a pressão sobre as estruturas vertebrais.
O sintoma mais comum é a dor no pescoço causada pelo deslocamento do disco pulposo. Caso o disco pressione alguma estrutura nervosa localizada na região a dor pode irradiar para braços e mãos, junto de sensação de dormência e formigamento.
Alguns pacientes também percebem dificuldades para movimentar o pescoço e perda de mobilidade. A diminuição de força muscular também é comum na hérnia de disco cervical.
Hérnia de disco torácica
A hérnia de disco torácica é bastante rara, acontecendo em 0,25% a 0,75% dos casos totais registrados por ortopedista. Ela é incomum porque a coluna torácica é a região mais estabilizada da coluna. Sua mobilidade é baixa e ela ainda recebe suporte da caixa torácica, que a limita ainda mais. Assim, é muito difícil que problemas posturais ou movimentos incorretos provoquem a protrusão discal.
Quando ocorre seu principal sintoma é dor no local que piora com o movimento. A dor geralmente é unilateral e pode ser referida para regiões próximas. Por ser um quadro raro, a hérnia desse tipo é de difícil diagnóstico.
Como ocorre o tratamento da hérnia de disco
Como acontece com qualquer tipo de lesão ou patologia musculoesquelética, o ortopedista define o tratamento de acordo com a gravidade do quadro. Inicialmente, o tratamento é conservador e tem como objetivo aliviar a dor e garantir a recuperação de movimentos.
No entanto, é importante saber que o tratamento conservador não “cura” a hérnia. O abaulamento ou protusão discal permanece. Mesmo assim, é possível fortalecer estruturas estabilizadoras da coluna para que o quadro seja assintomático.
Para isso, o ortopedista recomenda medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos para a dor. O paciente sempre deve tomar os remédios conforme recomendado, evitando a automedicação. Complementando a analgesia, é possível receber recomendação para realizar fisioterapia.
Durante as sessões o paciente receberá tratamento com calor ou gelo para alívio dos sintomas. Conforme a fase aguda da patologia termina, o fisioterapeuta também utiliza exercícios para preparar seu corpo para o movimento.
Tratamento cirúrgico
Alguns casos mais graves não respondem bem ao tratamento conservador ou possuem uma lesão extensa demais para receber essa abordagem. O médico então recomenda a cirurgia para solucionar de forma definitiva o problema.
Existem algumas opções de procedimentos cirúrgicos para tratar a hérnia de disco. O procedimento tradicional ocorre com um corte na pele, que pode ocorrer nas costas ou abdômen, para remover parte ou todo o disco intervertebral afetado.
Outra opção é a artrodese, que fixa as vértebras afetadas para trazer mais estabilidade à coluna. Ela é mais recomendada para pacientes que apresentam desalinhamento de coluna.
Por último, também existem métodos minimamente invasivos, como a microcirurgia e a cirurgia endoscópica. Eles garantem resultados bastante eficientes com um tempo de recuperação menor e mais confortável.