O que é intolerância à lactose e como tratar?
A Intolerância à Lactose é uma síndrome que apresenta sintomas gastrointestinais, após o consumo de alimentos que contenham lactose que é um açúcar presente em grande quantidade no leite. Quando quebrada por uma enzima a lactose gera a galactose e glicose. Ocorre que em algumas pessoas há uma deficiência na produção da lactase, enzima que degrada a lactose.
A presença da lactose não digerida no intestino causa um aumento de líquido na luz intestinal em consequência de efeito osmótico do dissacarídeo, o que pode causar diárreia. Quando o dissacarídeo se move para o cólon as bactérias da flora intestinal digerem a lactose o que pode causar flatulência, dor abdominal e moléstias na evacuação.
De acordo com o Dr. Felipe Borges, médico cirurgião do aparelho digestivo com ênfase em fígado, da Gastrofig, consultório especializado em gastroenterologia, hepatologia e cirurgia do aparelho digestivo, não existe uma classificação que separe em graus a intolerância a lactose, porém maiores repercussões são observadas em crianças, com intolerância à lactose congênita, pois apresentam sintomas mais graves como desidratação, hipernatremia (sódio muito alto), com repercussões renais como litíase (cálculos) e nefrocalcinose (depósito de cálcio no rim).
Atualmente existem muitos métodos diagnósticos específicos e muito sensíveis, entretanto a maioria é invasivo e caro, sendo pouco acessível para a população geral. Vários métodos diretos e indiretos são utilizados, dentre os principais métodos estão: teste do ph fecal; pesquisa de substâncias redutoras nas fezes; teste de tolerância à lactose; teste de tolerância à lactose com etanol; teste respiratório lactose; teste de hidrogênio expirado e a biópsia intestinal.
Os sintomas mais comuns são dor e distensão abdominal, flatulência, diarreia e vômito após o consumo de leite e laticínios são os sintomas mais comuns.
Segundo Borges, o início do aparecimento dos sintomas decorre do mecanismo envolvido ao nascimento, a intolerância congênita é rara e restrita a certas populações.
“Após os dois anos de idade, os sintomas surgem devido à redução natural na produção da enzima lactase, principalmente em países com menor consumo de laticínios, como nos continentes africano e asiático. Já a intolerância a lactose secundária, que envolve diversos mecanismos, desde a diminuição da enzima lactase, mas também danos à mucosa gástrica e alterações na flora intestinal, é comum aos adultos jovens”, explica.
O manejo da intolerância à lactose tem como principal recomendação uma dieta livre de laticínios, bem como outros alimentos que possam conter lactose, a qual em geral, é seguida pelos intolerantes, sobretudo para evitar o desconforto gástrico que ocorre com à ingestão dos alimentos.
“Nos últimos anos, o advento de leites sem lactose reduziu as restrições da dieta dos intolerantes. E a suplementação enzimática de lactase, em cápsulas, feita de forma diária, é uma alternativa que permite aos intolerantes o consumo de laticínios normalmente, sem sintomas gastrointestinais, e quando usada como suplemento aos intolerantes se mostrou efetiva na melhora dos sintomas”, explica Borges.
Infelizmente não, terapias genéticas podem ser passiveis para tratar a intolerância, mas não possui nenhuma evidência científica com resultados, desta forma apenas os tratamentos apresentados acima podem ser utilizados.