Os impactos da crise energética para a retomada econômica
Economista da HLB Brasil lista os potenciais entraves para a economia
A pior seca dos últimos 91 anos vem trazendo alguns reflexos para o país, como o risco de um novo apagão depois de 20 anos, além de possíveis impactos que podem prejudicar a retomada econômica do pós-pandemia. Uma das medidas tomadas pelo governo foi o aumento de 52% no valor da bandeira vermelha, utilizada em situações críticas de escassez de chuvas, decretado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Este reajuste se justifica pela utilização das termoelétricas que tiveram que ser ligadas para manter o uso das hidrelétricas.
“O aumento do custo da energia elétrica e um possível apagão podem sim impactar a recuperação das empresas e prejudicar a produção industrial e toda cadeia produtiva”, reforça Marcelo Fonseca, economista e diretor de operações da HLB Brasil.
O executivo listou alguns cenários desta crise:
- Energia é um insumo da produção, muitos segmentos da indústria são intensivos em energia elétrica e as elevações de custo serão repassadas ao consumidor, colocando mais lenha na fogueira da inflação;
- Caso não haja espaço para o repasse dos custos, a produção cairá, o que poderá abortar o processo de retomada da renda e da geração de empregos;
- Para as famílias, a elevação da conta de energia terá como resposta seu uso mais comedido, caso contrário o aumento das tarifas reduzirá parcela que seria direcionada ao consumo de bens e serviços, o que também impactará negativamente a retomada da economia;
- Ao Banco Central caberá monitorar a evolução dos preços dado o choque nas tarifas da energia elétrica, o que pressionará a política monetária em termos de elevação das taxas de juros;
- Em suma: caso os reservatórios não recuperem sua capacidade na época de chuvas é provável que a produção industrial se retraia em resposta ao preço e escasseamento da energia elétrica. O impacto na oferta poderá vir acompanhado de um aperto ainda maior na política monetária. Seria a tempestade perfeita em plena retomada da economia.
“Aos empresários cabe investir em formas de aumentar a eficiência energética de seus negócios, avaliando, sobretudo no caso de indústrias, se a demanda contratada está corretamente enquadrada em suas necessidades e buscando, dentro do possível, evitar o horário de pico. Vale acompanhar atentamente a iniciativa do Ministério das Minas e Energia que noticiou que concederá benefícios na conta de energia para as empresas que alterarem seus horários de produção para reduzir riscos de apagão em horários de pico”, finaliza Fonseca.
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