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Fintech View 2021 discute Sandbox Regulatório e a democratização do sistema financeiro no Brasil

O conceito de Open Finance, sua implementação e vantagens para o consumidor final estão entre os destaques do evento online e gratuito

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Realizado nesta quarta-feira, o Fintech View reuniu virtualmente os principais players do ecossistema financeiro no Brasil para discutir a implementação do Open Banking, a evolução para Open Finance, as novas regras e as principais vantagens para o usuário final, que busca ofertas mais competitivas e personalizadas. É neste cenário que as fintechs encontram uma grande oportunidade para crescer e se consolidarem neste ambiente digital com foco na experiência do consumidor.

O primeiro painel “Sandbox Regulatório como facilitador da inovação no mercado financeiro” reuniu Antonio Carlos Berwanger, superintendente de Desenvolvimento de Mercado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM); Eduardo Fraga, diretor da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP); Matheus Rauber Coradin, coordenador do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central, sob a moderação de Marcelo Martins, diretor da ABFintechs. O objetivo foi mostrar como os órgãos reguladores estão incentivando esta agenda com a criação de estruturas como o Sandbox Regulatório, que abriu portas para pessoas jurídicas testarem novos produtos e serviços inovadores para o sistema financeiro.

Segundo Berwanger, o ambiente facilita o processo de inovação e permite aos reguladores – instituições financeiras que abriram o ambiente para testes – atualizarem seu arcabouço tecnológico de maneira controlada. Ao final do período de testes, os projetos avaliados podem ser aprovados ou não para atuar no mercado de maneira plena. Para Matheus, do Banco Central, o grande desafio é estabelecer uma regulamentação que permita a inovação e garanta a segurança do consumidor. Atualmente, o Sandox Regulatório do BACEN conta com 10 vagas e está avaliando 50 projetos. Na CVM, são 33 projetos em teste para sete vagas.

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Outro destaque do Fintech View foi o painel “Open Finance – Negócios e parcerias para ampliar a oferta de serviços financeiros personalizados”, com a participação de Fabricio Costa, agente de BI na Stone; Renato Terzi, CEO da BMG Corretora de Seguros; Rogério Melfi, especialista em Novas Plataformas da TecBan; Thiago Saldanha, CTO da Sinqia, com a moderação de Ingrid Barth, fundadora do Linker e conselheira do conselho deliberativo do Open Banking com o Banco Central. Segundo Ingrid, assim como existe o Brasil antes e após o Plano Real, haverá também o País antes e depois do Open Banking.

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De acordo com Saldanha, é importante reforçar a comunicação sobre o Open Finance com a sociedade. Diferentemente do PIX, que pode ser utilizado no dia a dia, o Open Banking não é um produto, mas um conceito que pode transformar a experiência de maneira segura.

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Para Melfi, da TecBan, “se der tudo certo, o consumidor nem vai saber o que houve com o Open Banking”. Renato Terzi defende que as novas soluções contemplem uma jornada que entregue mais valor ao cliente. “A experiência é o que vai contar. O consumidor quer saber o que há de melhor para ele.”

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Modelo disruptivo em tempo recorde

Eduardo del Giglio, fundador da Caju, startup de benefícios flexíveis, contou aos participantes como se tornou uma fintech durante a pandemia. Por meio de uma parceria com a Dock, conseguiu reunir conta pagamento, plataforma de cadastro e de benefícios. Para utilizar os serviços da Caju, as empresas se cadastram na startup e listam seus benefícios e orçamento para cada um deles: vale-refeição, vale-alimentação, vale-transporte, entre outros.

Já os funcionários recebem um cartão de crédito único e podem pedir, por meio do aplicativo da fintech, para migrar saldos entre seis diferentes categorias de benefícios: Alimentação, Cultura, Educação, Mobilidade, Refeição e Saúde.

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“Como podemos ser diferentes no mercado de benefícios dominado por quatro players? A resposta está na experiência do usuário”, argumenta Giglio, que montou um negócio disruptivo em tempo recorde. Assim como ocorre no Open Banking, é o usuário que decidirá qual ou quais benefícios quer utilizar e onde, a partir da autorização do compartilhamento de seus dados. Ou seja, os colaboradores de uma empresa cadastrada na Caju poderão trocar vale-refeição por vale-alimentação ou assinatura de Netflix, sem complicações.

Democratização

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O painel “A democratização do Open Banking” trouxe para o debate Thiago Alvarez, fundador e CEO do GuiaBolso, e Breno Costa, CCO da Neurotech. O GuiaBolso é uma empresa que já trabalha com o compartilhamento de dados e facilitação de avaliação de crédito para imobiliárias, por exemplo.

“O Banco Central é o órgão que aprova ou desaprova bancos e demais instituições para participarem do compartilhamento de dados via APIs. A democratização do processo ocorrerá quando as organizações voluntárias e as não autorizadas tiverem acesso a esses dados. É tudo uma questão de normalizar as informações e ter tecnologia para criar produtos e serviços inovadores, estimulando a competição”, ressalta Alvarez.

Na sequência, o Fintech View discutiu a importância da infraestrutura e a demanda por tecnologia e soluções B2B2C para acesso a serviços financeiros. Participaram desse painel Marcelo Silva de Queiroz, head de Estratégia de Mercado da Clearsale; Rafael Lavezzo, CRO da Zoop, e Anderson Olivares, diretor de Novos Negócios da Conductor, com moderação de Carlos Oliveira, CEO da Certdox.

Para Rafael, a digitalização foi acentuada durante a pandemia porque havia uma brecha: o foco, antes no produto, passa a ser no consumidor, valorizando a cultura Customer Centric. Marcelo Queiroz, da Clearsale, defende que todo player pode ser uma fintech, desde que a solução faça uma entrega adequada numa plataforma as a service segura, escalável e simples.

Edmar Siqueira, Head of Innovation & Digital Payments da First Tech, comentou sobre o impacto no mercado financeiro da democratização da tecnologia e do acesso à internet, que tem impulsionado a busca constante das empresas por inovação. “Os novos players do mercado já nascem com a premissa de inovar e otimizar serviços do sistema financeiro, e nós acompanhamos este movimento com a mesma agilidade para entregar um ambiente pronto, seguro, com serviços totalmente dedicados para atender as necessidades das transações de pagamento dessas empresas que estão nascendo agora”, comenta Siqueira.

Para suprir as necessidades do mercado, a First Tech apresentou a nova solução HoP, que disponibiliza um mix de serviços para a segurança e criptografia no processamento de transações e mensagens seguras das empresas, alinhada às expectativas das fintechs e bancos digitais.

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Na palestra “Todo mundo pode ser Fintech? Saiba como aproveitar as oportunidades com o BaaS e Open Banking”, Wendel Paz, diretor de Vendas na CSU, fez uma retrospectiva histórica sobre o processo disruptivo da área financeira com a abertura dos bancos digitais, seguida da democratização das maquininhas de cartão, discussões sobre Open Banking, PIX e mudanças regulatórias. Segundo o executivo, toda empresa que tem reputação e deseja estreitar relações com seus clientes pode se tornar uma fintech. Isso significa que ela pode ser a própria operadora financeira do seu negócio, por meio de soluções de Banking as a Service (BaaS).

No último painel do evento, mediado pelo jornalista Danylo Martins, da Finsiders, o investidor e presidente do conselho da YBYRA.SA, Adalberto Leidenfrost; Gustavo Araújo, cofundador e CEO da empresa de inovação aberta Distrito, e Victor Xavier, gerente de Aceleração de Negócios na Endeavor Brasil, falaram sobre as novas ventures e possibilidades geradas no ecossistema das fintechs.

“Se não fosse o BACEN promover essa abertura, a gente não teria tido essa tempestade perfeita. Há dois anos, dois terços da população estavam fora do sistema financeiro”, afirma Araújo. Para os participantes do painel, o Brasil vive uma segunda onda das fintechs, com mais tecnologia, infraestrutura e um mercado mais aberto.

A palestra de encerramento do Fintech View foi com Marcos Pedroso, gerente de Parcerias e Plataformas Abertas na TecBan. O executivo abordou como as soluções digitais promovem acesso a serviços financeiros, impulsionam a economia e promovem a inclusão social através do Banco24Horas.

“Tivemos uma programação intensa, com a participação de grandes players do mercado financeiro. O objetivo foi levantar questionamentos, aprofundar informações e compartilhar diferentes pontos de vista sobre os impactos e as vantagens do Open Finance, especialmente para o usuário final, que busca melhores serviços e preços mais competitivos”, complementa Regina Crespo, curadora do Fintech View.

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