Gastos de vingança: entenda essa nova tendência do consumo impulsionada pela pandemia

Avanço da vacinação e reabertura gradual do comércio estão levando muitas pessoas a gastar mais para compensar o tempo perdido

O mundo ainda não está livre do Covid-19, e esse ciclo de períodos de restrição, intercalados com períodos de liberdade, certamente, é desgastante para todos. Porém esse padrão vem manifestando um comportamento mais consumista em milhões de pessoas ao redor do mundo, como está sendo observado desde 2020, ano que deu início à pandemia. Esse é o chamado “gasto de vingança”, uma forma que os consumidores estão encontrando de compensar sua falta de liberdade ao longo dos dois últimos anos.

Na China, país que protagonizou o estopim da pandemia, já era possível observar essa tendência em abril de 2020, quando o comércio começou a ser reaberto gradualmente. O comportamento se repetiu em outros países que foram avançando com o processo de vacinação, como Estados Unidos, França e Reino Unido. No Brasil, onde se espera que em 2022 pelo menos 80% da população já esteja vacinada contra o vírus, tudo indica que não será diferente.

Ainda que as taxas de desemprego no país estejam muito altas, aqueles que continuam empregados se viram em um contexto bem diferente nos últimos anos, trabalhando em um regime remoto que, consequentemente, também é mais econômico. As pessoas assalariadas não só encontraram mais facilidade para economizar como também não tiveram tantas oportunidades de gastar como antigamente, o que colaborou com essa alta de poder aquisitivo.

De acordo com especialistas, esse é um fenômeno passageiro que não terá duração de longo prazo, então os varejistas e comerciantes precisam estar cientes disso. Ao redor do mundo, o consumo de vingança serviu como oportunidade para elevar os preços a valores abusivos, como aconteceu em um café da cidade de Qingdao, na China; o estabelecimento passou a vender sua principal bebida por um preço oito vezes maior que o original, fato que não impediu as pessoas de continuarem comprando.

Devido à baixa adesão do isolamento social no Brasil, a estimativa é que aqui o consumo de vingança acabe sendo mais baixo que em outros países, mas ainda acontecerá como previsto. Indo de lojas físicas a um leilão de caminhão, as pessoas desejarão gastar suas economias com qualquer coisa que desejarem, e por isso é importante que o mercado fique de olhos bem abertos, preparado para a ocasião. Pode ser algo momentâneo, mas certamente renderá bons lucros.