Usar máscara ainda é essencial para se proteger durante a pandemia
Mesmo com o avanço da vacinação em alguns Estados, o Brasil atingiu a triste marca de 500 mil mortos pela Covid-19. Com a alta taxa de casos e óbitos no País, é essencial a manutenção de alguns cuidados básicos em relação à doença, como por exemplo, o uso coletivo de máscaras, que desde o início da pandemia se mostrou eficaz na luta contra a propagação do vírus.
Apesar do uso recomendado, e até obrigatório, em espaços públicos e em locais fechados, algumas pessoas ainda têm dúvidas sobre a eficácia do uso de máscaras. Especialistas do mundo todo já publicaram estudos que atestam que, se usadas corretamente, em conjunto com outras medidas como a higiene das mãos e o distanciamento social, as máscaras são eficientes em conter a disseminação do novo coronavírus.
Lilian Morais da Cruz, enfermeira do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) da UPA 24h Zona Leste, em Santos (SP), ressalta que a The Lancet, uma das revistas científicas mais reconhecidas do mundo, fez uma meta-análise sobre o uso de máscaras e outras medidas que comprovam a eficiência do item.
“O uso de máscaras é importante como medida de proteção, elas funcionam como uma barreira física para a liberação de gotículas no ar quando há tosse, espirros e até mesmo durante conversas”, explica. “Ao utilizar a máscara, você protege a si mesmo e aos demais, já que há muitos casos de assintomáticos, pessoas que podem disseminar o vírus sem saber”, enfatiza a enfermeira.
A UPA 24h é uma unidade gerenciada pela OS Pró-Saúde, e referência no atendimento de casos do novo coronavírus na Baixada Santista. Até maio desse ano, já atendeu 12.647 pacientes com a doença.
Qual máscara usar?
Com o surgimento de novas cepas, as máscaras de pano já não se mostram tão eficientes, pois não ficam ajustadas no rosto, oportunizando a entrada do vírus pelos espaços que sobram.
Lilian dá algumas orientações sobre qual máscara usar. “A N95/PFF2 é uma das recomendações feitas pelos cientistas, pois ela se ajusta no rosto sem deixar espaços vazios nas laterais”, ressalta a profissional.
De acordo com pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), que analisaram a taxa de eficiência das máscaras, a PFF2 chega a filtrar 98% das partículas suspensas no ar, ou seja, possui uma alta taxa de proteção. “Outro diferencial é fato desse modelo não ser descartável, após o uso é possível deixá-la ‘descansando’ em local arejado, entre três e sete dias, e usar novamente”, complementa Lilian.
Para aqueles que não conseguem ter uma N95/PFF2, a máscara cirúrgica descartável é uma opção, já que, de acordo com os pesquisadores, possui uma eficiência de cerca de 89%. “Recomenda-se a troca de máscara descartável a cada quatro horas, ou sempre que estiver úmida, evitando o contato direto enquanto usar, principalmente, em sua parte frontal”, orienta a enfermeira.
Já a proteção das máscaras de tecido pode variar muito. Por exemplo, as de algodão, um dos materiais mais comuns em máscaras caseiras, pode apresentar uma eficiência entre 15% e 70%, sendo uma opção em situações de menor risco de contaminação, como locais com pouca circulação de pessoas.
Como funciona no ambiente hospitalar?
Todos os colaboradores de uma unidade hospitalar devem fazer o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e, a cada remoção ou troca, higienizar as mãos de acordo com o protocolo institucional. Todo material descartável deverá ser descartado no lixo infectante e a retirada do avental deverá acontecer ao mesmo tempo, de acordo com a técnica adequada.
“Na UPA 24h, os EPIs que não são descartáveis, como óculos ou protetor facial (face shield), devem passar pelo processo de limpeza e desinfecção e serem armazenados secos. A unidade possui um local exclusivo para guarda das máscaras usadas PFF2/N95 e outros equipamentos que não são descartáveis durante o turno, com identificação do nome do profissional na embalagem”, explica Lilian.
Inaugurada como hospital de campanha, em abril do ano passado, a UPA Zona Leste é referência de atendimento em Clínica Médica, Ortopedia, Pediatria e Odontologia, com uma área reservada exclusivamente para atendimento de pacientes com sintomas gripais.