Empreendedorismo, Negócios e Economia

Pensando em mudar seu negócio em 2022? Confira lições de empreendedores que se reinventaram

Companhias apontam os desafios e os aprendizados do processo de readaptação que as ajudou a permanecer no mercado

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Com a volatilidade e a competitividade do mercado atual, a evolução das empresas deixa de ser uma opção e passa a se tornar uma imposição para aquelas que querem permanecer ativas com seus negócios. Afinal, o que é de um jeito hoje, pode ser completamente diferente amanhã, e é preciso acompanhar esse movimento.

A pandemia veio para reforçar ainda mais a questão, comprovando que é necessário estar pronto para se reinventar sempre que preciso. Com o impacto econômico causado pela crise sanitária, ficou difícil encontrar empresas que não tiveram perda de clientes e quedas na receita. Não é à toa que, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 700 mil empreendimentos que fecharam as portas não devem reabrir. Só conseguiu permanecer no mercado quem encontrou novas formas de fazer negócio, seja apostando em um novo serviço ou produto, digitalizando operações ou reinventando completamente seu modelo de trabalho.

Agora, mesmo com a retomada econômica, é importante que os empreendedores permaneçam atentos ao contexto para reconhecer os momentos certos de se readaptar, incorporando mudanças sempre que necessário. “Em um mundo marcado pela transformação digital acelerada, as empresas precisam se reinventar de forma contínua, acompanhando as mudanças nas tecnologias e nos hábitos dos seus consumidores, se querem permanecer vivas”, comenta João Gustavo Pompeo, CEO da Eyemobile, empresa de tecnologias para vendas.  Esse retrato já começa a refletir na média de vida dos negócios globais, que caiu de 58 anos, em 1958, para cerca de 22 anos atualmente, segundo pesquisa da consultoria McKinsey.

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Confira quatro lições de empreendedores que em algum momento da sua história precisaram reinventar suas operações, processos, mentalidades, produtos ou serviços para permanecer no mercado.

Esteja preparado para se fortalecer em novos mercados

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As consequências drásticas da pandemia de Covid-19 não impactaram somente o mercado de eventos, como também todo o ecossistema que dá suporte ao setor. Um exemplo foi o da empresa Eyemobile, que oferecia uma solução de vendas móvel que ajudava a acelerar a experiência de consumo em grandes eventos. Criado em 2013, o software da startup permitia que o vendedor fizesse a operação sem estar no caixa — inovação que ajudava principalmente a reduzir as filas —, reunindo no portfólio cases como Jogos Olímpicos e Rock in Rio. Com a pandemia e a grande crise que afetou o setor, porém, a empresa perdeu 95% do faturamento e acabou precisando reduzir o time de 100 para 15 colaboradores.

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Diante do cenário, o CEO, João Gustavo Pompeo, decidiu fortalecer a atuação no varejo, área em que a empresa dava os primeiros passos à época. Ele, que havia se reinventado como empreendedor após uma trajetória de atleta e de músico no passado, percebeu que era o momento de recomeçar. “É preciso muita resiliência e capacidade de readaptação para permanecer no mercado. Mesmo que nós já houvéssemos iniciado nossa trajetória no varejo, precisamos mudar toda a estrutura para focar nesse segmento e, sobretudo, atuar também no ambiente virtual, que crescia exponencialmente”, explica João. A empresa passou a oferecer novos produtos focados em jornadas de compras digitais, com tecnologias para autoatendimento por QR CODE, delivery e take-away, por exemplo. “Nossa ideia não foi apenas reinventar nosso negócio, mas ajudar outros empreendimentos a se reinventarem diante do momento desafiador, com apoio da tecnologia”, reforça o CEO.

Além de superar as adversidades, a Eyemobile chamou a atenção de grandes marcas com seu modelo de negócio promissor e, em abril de 2021, acabou sendo adquirida pela Getnet, braço de tecnologia de pagamentos do Grupo Santander. Hoje, a empresa oferece um sistema completo para vendas físicas e digitais, que integra frente de caixa (PDV), comandas eletrônicas, software de gestão, notas fiscais, meios de pagamento e relatórios de vendas. Desde a aquisição, o ritmo é de crescimento acelerado, com expectativas de ampliação do time para mais de 120 pessoas e de internacionalização das atividades em 2022.

Capte recurso e se prepare para agir em momento oportuno

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O ponto de virada para internacionalização é um grande momento para o negócio. Contudo, para executar essa reinvenção, é preciso ter recursos financeiros e um plano de execução bem estruturado para que, quando a oportunidade se apresentar, a empresa possa agir de forma precisa. Algo similar aconteceu com a FacilitaPay, fintech para pagamentos e transações transfronteiriças via API. No fim de 2019, quando os primeiros casos de Covid-19 começaram a ser noticiados, a fintech operava no Brasil como facilitadora para empresas estrangeiras atuarem no mercado local. Neste ano, havia processado aproximadamente US$ 2 bilhões de dólares pela plataforma e os planos de desenvolvimento eram, essencialmente, para expansão no território brasileiro.

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Seguindo essa estratégia, no início de 2020, a FacilitaPay participou do programa Scale-Up Endeavor para desenvolver um planejamento de captação de recursos. Porém, ao longo da capacitação, o cenário mundial se mostrava cada vez mais assolado pela pandemia e o Brasil confirmava os primeiros casos da doença. “Neste momento, percebemos que o mercado precisaria, cada vez mais, de soluções digitais. Sendo essencialmente uma fintech de infraestrutura financeira, estávamos prontos para colocar em prática o plano de internacionalização e atender a necessidade do mercado em outros países latinos”, conta Stephano Maciel, CEO da FacilitaPay. Em aproximadamente seis meses, a fintech iniciou a operação no México e fechou 2020 com mais de US$ 3,6 bilhões de dólares em Volume Total de Pagamentos (TPV) transacionados pela plataforma.

“Fizemos um estudo específico para expandir para o México. Assim como uma consulta de interesse aos nossos clientes. A proposta foi muito bem recebida e o TPV demonstra o sucesso que tivemos em um ano crítico”, complementa Maciel. Desde então, a empresa ampliou o quadro de funcionários em 35% e abriu escritório nos Estados Unidos, local estratégico para atender tanto os clientes internacionais como o mercado latino. Agora, estima que até julho de 2022 estará 100% operante na Colômbia, Chile e Peru.

Encontre uma dor real do mercado

Foram mais de dez MVPs até que o sonho de empreender levasse seis jovens recém formados a uma solução escalável, criada para resolver uma dor real da área de trade marketing. A história da Involves, retail tech que desenvolve soluções para indústria e varejo, começou em 2008, em um quarto emprestado pelos pais de um dos sócios. André Krummenauer, co-fundador e CEO da empresa, conta que, inicialmente, a Involves era uma fábrica de softwares. “Nós tínhamos o sonho de empreender em tecnologia e começamos desenvolvendo portais, sites e sistemas específicos para atender as necessidades de alguns clientes”, relembra André.

Em paralelo, desde o primeiro dia da Involves já se colocavam esforços para ter um produto SaaS (Software as a Service) como o foco da empresa. “Buscando mais informações sobre indústria e varejo, identificamos os desafios enfrentados pelo setor para fazer a gestão de trade marketing. Foi aí que decidimos investir em um produto que solucionasse esses problemas”, explica André. Nascia então o Involves Stage, solução completa para a execução, gestão e inteligência em trade marketing.

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Com a solução já consolidada no mercado e o conhecimento acumulado durante vários anos, a Involves decidiu ampliar e apostar em produtos que resolvessem também problemas dos varejistas, como o Involves Doors, que identifica e ajuda a corrigir uma das principais dores no varejo: a ruptura nas gôndolas. Atualmente, a Involves tem sede em Florianópolis e filiais em São Paulo, México e Colômbia. Suas soluções estão presentes em mais de 20 países, sendo usadas por clientes como L’Oréal, Fini, Unilever, Playstation, Motorola, Seara, Danone e 3 Corações.

Busque parcerias com startups, universidades e outras empresas

A FESC Tecnologia, empresa criada em 2011 pela Federação Unimed Santa Catarina, passou por uma grande transformação buscando uma rápida profissionalização e fortalecimento de mercado no início de 2021. Neste contexto, Daniel Torres foi convidado para assumir como CEO na desenvolvedora de softwares de gestão para operadoras de planos de saúde. Torres acumulava experiência como executivo na Oracle e no Gartner e começou a pensar em novos caminhos para a expansão da empresa. O primeiro passo foi o trabalho de reestruturação interna, com definição de novos setores e serviços, por meio de uma gestão colaborativa. Com a atuação, os resultados de 2020 superaram as expectativas, alcançando 125% da meta de vendas e um resultado de 15,4 % de EBITDA, além do crescimento de 45% do time.

Mas a grande mudança veio em agosto de 2021, quando a FESC Tecnologia passou a ser a healthtech Zitrus, A prioridade em inovação ganhou força, assim como a parceria com startups, empresas de tecnologia e operadoras de planos de saúde, em um processo conjunto de inovação aberta e busca de novas soluções. Assim, foi implantado o Zlabs, um Hub de Inovação e Aceleração da Zitrus. A iniciativa, que conta com a parceria das 23 Unimeds catarinenses, já trouxe resultados práticos e deu origem à TARIC, empresa com foco no desenvolvimento de prontuário eletrônico, gestão de clínicas, colaboração entre o paciente e o médico e medicina preventiva. “Estamos vivenciando uma transformação muito grande nas operadoras de planos de saúde e agora estamos prontos para atender a essa demanda. Para isso, tivemos que nos reinventar, pensar em conjunto soluções para o setor de saúde e desenvolver novos serviços para resolver esses desafios. Atualmente, são mais de 20 mil cooperados assistidos por nossos produtos, e queremos avançar ainda mais”, complementa Torres.

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